FOTOGRAFIA NOTURNA

Astrofotografia: sugestões para fotografar estrelas e o céu noturno

Um guia para fotografar as estrelas do céu noturno, desde a melhor altura para fotografar a Via Láctea até às definições, câmaras e objetivas recomendadas.
Uma imagem de paisagem de pinheiros, um lago e montanhas cobertas de neve sob um céu estrelado.

Ir para o exterior observar as estrelas é uma experiência verdadeiramente mágica. Hoje em dia, graças aos avanços na tecnologia de câmara, é mais fácil do que nunca sair e fotografar a magia do céu noturno.

Aqui, exploramos o funcionamento da astrofotografia, o equipamento necessário para a fotografia noturna, incluindo time-lapse e imagens dos rastos do brilho das estrelas, e as melhores técnicas de fotografia noturna e definições da câmara.

1. Consulte a previsão do tempo

Antes de sair, não se esqueça de consultar a previsão do tempo, pois necessitará de um céu noturno limpo para obter as melhores fotografias de estrelas. Dito isto, uma cobertura parcial de nuvens pode conferir uma certa atmosfera às suas fotografias de céu noturno. Use a criatividade e aproveite ao máximo as condições atmosféricas. Tenha atenção ao vento: se as nuvens estiverem relativamente paradas, não ficarão demasiado desfocadas em fotografias em que esteja a utilizar uma exposição longa.

Leve consigo baterias sobresselentes e cartões de memória, uma lanterna de cabeça e roupa quente. Lembre-se de manter as baterias nos seus bolsos, uma vez que estas ficam sem carga mais rapidamente quando expostas a temperaturas baixas.

2. Encontre a localização certa e escolha a hora certa

Um céu estrelado, o horizonte com faixas laranja e um abeto apenas visível no primeiro plano à esquerda.

A astrofotografia requer paciência e um pouco de pesquisa. Para obter os melhores resultados, tem de encontrar a combinação perfeita de condições atmosféricas, localização, hora e data. Tirada com uma Canon EOS R5 com uma objetiva Canon RF 15-35mm F2.8L IS USM a 22 mm, 8 seg., f/3.5 e ISO 1250. © Ulla Lohmann

A Via Láctea no céu noturno com a silhueta de uma árvore morta em primeiro plano.

As estrelas, e, sobretudo, a bonita Via Láctea, são difíceis de ver em locais com poluição luminosa. Viajar para zonas rurais ou áreas selvagens próximas proporcionar-lhe-á uma enorme vantagem ao fotografar o céu noturno. Tirada com uma Canon EOS R com uma objetiva Canon RF 28-70mm F2L USM a 28 mm, 30 seg., f/2 e ISO 3200.

Para obter as melhores fotografias do céu noturno, será necessário sair e rodear-se de natureza, longe de qualquer poluição luminosa. Procure um local tranquilo sem iluminação artificial. As luzes da cidade sobrepõem-se às luzes das estrelas, assim como a luz refletida por uma lua cheia ou por um quarto crescente ou minguante. Por isso, consulte o seu calendário lunar ao planear a sua sessão de fotografia de estrelas.

O melhor momento para fotografar a Via Láctea no hemisfério norte é entre março e setembro, quando esta aparece mais alta no céu. Tente fotografar entre a meia-noite e as 05:00, idealmente em noites de lua nova. A época da Via Láctea dura mais tempo no hemisfério sul, de fevereiro a final de outubro.

3. Experimente definições da câmara diferentes

A silhueta de formações rochosas laranja escarpadas contra um céu estrelado.

Terá de se familiarizar com as definições da sua câmara para conseguir fotografar estrelas à noite. Não tenha medo de experimentar e explorar diferentes combinações de definições para ver quais os efeitos que estas têm nas suas fotografias de céu noturno. Tirada com uma Canon EOS RP com uma objetiva Canon EF 14mm f/2.8L II USM a 15 seg., f/2.8 e ISO 3200.

Para fotografar céus estrelados, terá de assumir o controlo da sua câmara, por isso, selecione o modo Manual (M) e experimente algumas das diferentes definições detalhadas abaixo:

  • Velocidade do obturador: as estrelas movem-se à medida que a Terra gira. Por isso, se quiser fotografar pequenos pontos de luz precisos, defina a velocidade do obturador para um máximo de 20 segundos. Aumentá-la para além deste valor irá resultar em rastos do brilho das estrelas.
  • Abertura: também terá de utilizar uma definição de abertura maior. Isto irá permitir que entre o máximo de luz possível na câmara, mantendo o tempo de exposição relativamente curto. Lembre-se de que uma grande abertura irá resultar numa profundidade de campo reduzida, o que significa que tudo o que estiver no primeiro plano imediato ficará desfocado.
  • ISO: o terceiro fator a afetar a exposição das suas fotografias é a sua definição do ISO. Quanto mais alto o número de ISO, mais sensível será o seu sensor à luz que entra pela abertura. No entanto, se for demasiado longe, as suas imagens vão parecer granuladas. Certifique-se de que tem a abertura e a velocidade do obturador que pretende antes de experimentar as definições do ISO. Experimente primeiro um ISO de 1600 e ajuste-o a partir daí para ver como este afeta os seus resultados.

Um céu estrelado com uma formação rochosa laranja em primeiro plano.

Avançar para um sensor Full-Frame permite-lhe captar imagens excelentes em condições de pouca luz. Os elevados ISO máximos da Canon EOS RP e da EOS R6 possibilitam conservar todos os detalhes e cores com o mínimo de ruído. Tirada com uma Canon EOS RP com uma objetiva Canon RF 28-70mm F2L USM a 28 mm, 15 seg., f/2 e ISO 3200.

4. Mantenha o foco ao fotografar estrelas à noite

A fotografia de céu noturno pode desafiar as capacidades de focagem automática de qualquer câmara. Considere mudar para a focagem manual rodando o interruptor AF/MF no corpo da sua objetiva Canon. As câmaras mirrorless, como a Canon EOS R6 e a EOS RP, oferecem uma pré-visualização ampliada da cena no visor eletrónico e no ecrã traseiro, permitindo uma focagem manual ultra precisa. Outro bónus é que o brilho da imagem no visor é aumentado automaticamente. Pode desfrutar das mesmas vantagens com as câmaras DSLR, como a Canon EOS 90D, compondo as suas fotografias no modo de Visualização Direta utilizando o ecrã LCD traseiro.

As câmaras com um número elevado de megapixels, como a Canon EOS R5, podem ter um enorme impacto na fotografia de céu noturno, permitindo-lhe manter detalhes pormenorizados ao fotografar as estrelas. Isto pode significar a diferença entre conseguir ver perfeitamente as estrelas mais pequenas e menos brilhantes e que não sejam visíveis, de todo. Este nível de detalhe é especialmente importante se pretender produzir impressões das suas imagens de céu estrelado*.

5. Selecione a melhor objetiva para astro

A silhueta das árvores contra um céu estrelado.

Uma objetiva mágica para astrofotografia, a Canon RF 28-70mm F2L USM tem uma classificação de abertura extremamente rápida em toda a sua amplitude de zoom, competindo com a de muitas objetivas de distância focal fixa "rápida". Tirada com uma Canon EOS R com uma objetiva Canon RF 28-70mm F2L USM a 28 mm, 75 seg., f/2 e ISO 1600.

A silhueta de palmeiras altas contra a Via Láctea no céu noturno.

Para captar a grande extensão da Via Láctea na câmara, necessita de um ângulo de visão ultragrande e uma abertura rápida. Normalmente, iria precisar de uma objetiva grande, pesada e muito cara, mas a Canon RF 16mm F2.8 STM é relativamente leve, compacta e económica, tornando-a ideal para astrofotografia económica. Tirada com uma Canon EOS R6 com uma objetiva Canon RF 16mm F2.8 STM a 25 seg., f/2.8 e ISO 6400.

As objetivas com uma classificação de abertura "rápida" são sempre preferíveis para a fotografia de estrelas e não precisam de custar uma fortuna. A Canon RF 35mm F1.8 Macro IS STM é uma excelente objetiva para astrofotografia, por exemplo. O campo de visão razoavelmente amplo desta objetiva capta uma grande parte do céu noturno, enquanto a abertura rápida capta muita luz, e a estabilização de imagem ótica permite fotografias noturnas sem tripé. Para captar imagens ainda mais expansivas da Via Láctea, a Canon RF 16mm F2.8 STM é ideal, combinando um campo de visão ultra amplo e uma abertura rápida com uma construção compacta.

Se preferir a versatilidade adicional de uma objetiva de zoom, a Canon RF 24-105mm F4-7.1 IS STM estende-se de um campo de visão generosamente amplo para uma distância focal de teleobjetiva, o que significa que esta objetiva pode funcionar como uma objetiva para retratos e vida selvagem. Também inclui estabilização de imagem, permitindo-lhe abrandar o obturador enquanto fotografa sem tripé. Para fotógrafos que pretendem uma qualidade ainda mais elevada nesta distância focal, a Canon RF 24-105mm F4L IS USM oferece óticas de nível profissional da série L e proteção total contra condições atmosféricas.

A Canon RF 28-70mm F2L USM é uma objetiva de zoom standard espetacular para astrofotografia, com uma abertura máxima incrivelmente rápida de f/2. Para aproveitar ao máximo a extremidade mais ampla, onde alguns milímetros fazem toda a diferença, experimente a Canon RF 24-70mm F2.8L IS USM.

A Canon RF 15-35mm F2.8L IS USM, uma objetiva de zoom ultra-angular, permite-lhe captar grandes partes do céu noturno, enquanto continua a desfrutar de uma classificação de abertura rápida e de uma amplitude de zoom flexível. A Canon RF 14-35mm F4L IS USM mais compacta é uma boa alternativa – apenas um f/ponto mais lenta e proporcionando um campo de visão máximo ainda maior. Saiba mais sobre a razão pela qual as objetivas RF podem ser vantajosas ao fotografar à noite no nosso guia para o melhor kit Canon para a fotografia em condições de pouca luz*.

Se está à procura de um zoom económico que se adapta à sua DSLR de formato APS-C, a Canon EF-S 17-55mm f/2.8 IS USM oferece uma qualidade de imagem impecável e uma classificação de abertura rápida de f/2.8 constante, algo pouco comum nesta classe.

6. Melhore a composição do céu noturno

Os arcos da Via Láctea atravessam o céu acima das margens rochosas de um lago.

Um céu repleto de estrelas pode, muitas vezes, ser melhorado ao incluir a paisagem circundante na sua fotografia. Isto acrescenta um elemento único às suas imagens e faz com que o seu trabalho se destaque de outras fotografias de céu noturno. Tirada com uma câmara Canon EOS 6D (agora substituída pela Canon EOS 6D Mark II) a 20 mm, 30 seg., f/2.8 e ISO 5000.

A silhueta de uma árvore com espinhos contra um céu estrelado.

Tente enquadrar a sua fotografia de forma a que, enquanto a câmara está a apontar para o céu, um elemento alto em primeiro plano, como uma formação rochosa ou esta árvore, apareça no enquadramento. Tirada com uma Canon EOS R com uma objetiva Canon RF 28-70mm F2L USM a 28 mm, 30 seg., f/2 e ISO 3200.

Melhore a sua fotografia de céu noturno ao incluir outros elementos para proporcionar mais interesse visual: edifícios, árvores, montanhas ou o reflexo de um lago são boas opções. Por vezes, as estrelas fotografadas individualmente podem resultar em imagens que carecem perspetiva ou personalidade, por isso, procure sempre algo único que possa fotografar para adicionar à sua imagem.

Uma técnica tradicional para manter a nitidez numa cena desde o primeiro plano até ao fundo é definir a objetiva para a sua distância hiperfocal, mas isto é impraticável com muitas objetivas modernas que não têm uma escala de distâncias de focagem. Verificar diferentes áreas no ecrã traseiro da câmara com uma pré-visualização ampliada permite uma focagem manual precisa, mas, dada a reduzida profundidade de campo em grandes aberturas, pode ser impossível focar toda a cena. Uma alternativa é tirar duas ou mais fotografias com diferentes definições de focagem e exposição, adaptadas separadamente para as áreas em primeiro plano e para o céu estrelado distante, e, em seguida, fundi-las numa imagem única com um programa de edição que inclui máscaras de camadas, como o Adobe Photoshop.

Se preferir fotografar tudo num disparo único, mas as áreas em primeiro plano estiverem muito escuras, tente iluminá-las com uma unidade de flash, como o Canon Speedlite 430EX III-RT, disparando um ou mais impulsos de luz durante uma exposição longa. Também pode usar a criatividade adicionando luz sobre objetos e áreas de interesse específicos em primeiro plano durante uma exposição longa com uma lanterna, ou até mesmo utilizando os faróis do seu carro, se tiver conduzido para o local onde vai captar as imagens.

7. Capte imagens dos rastos do brilho das estrelas

Captar fantásticas linhas de luz que mostram o movimento das estrelas é um desafio, mas é possível dominar a técnica seguindo alguns passos simples. Comece por localizar o Polo Norte, o que pode fazer facilmente através de uma aplicação de cartas celestes no seu smartphone. Posicione-se de forma a que o Polo Norte (ou o Polo Sul, se estiver no hemisfério sul) seja o ponto focal da sua fotografia. Utilizar uma exposição longa resultará na formação de um padrão circular em torno de uma localização central. Lembre-se, para qualquer fotografia de exposição longa, é importante utilizar um tripé para evitar a desfocagem de movimento.

As estrelas não dão muita luz, portanto, utilize um ISO elevado (800, 1600 ou superior) para produzir rastos do brilho das estrelas nítidos. Tire algumas fotografas experimentais antes de tentar uma exposição longa, pois quanto maior o ISO, mais provável é obter "ruído" na imagem.

Embora as estrelas demorem 24 horas a concluir uma revolução completa no céu, o aparecimento de um efeito de rastos do brilho das estrelas de círculo completo pode ser alcançado com uma exposição longa de cerca de 60 a 90 minutos. Se estiver a fotografar no hemisfério norte, localizar a estrela Polaris no céu noturno irá proporcionar-lhe um ponto de referência em torno do qual as estrelas irão parecer rodar.

A velocidade do obturador mais lenta disponível em muitas câmaras é de 30 segundos. Portanto, precisará de utilizar a definição de exposição "Bulb" no modo Manual (M). Isto permite-lhe manter o obturador aberto durante o tempo que desejar. Defina a focagem para o infinito e, assim que estiver a postos, experimente uma exposição de cerca de 30 minutos. Em seguida, reveja novamente a sua fotografia. Pode levar algumas tentativas, e alguma paciência, mas, finalmente, irá obter resultados que serão do seu agrado.

Outra opção é criar um vídeo em time-lapse do céu noturno. Muitas câmaras Canon, incluindo a Canon EOS R6, a EOS R5 e a EOS 90D, dispõem de um modo de gravação de vídeos em time-lapse, utilizando um intervalómetro incorporado. Coloque a câmara num tripé e defina uma velocidade do obturador de cerca de 20 segundos ou mais, definindo a abertura e o ISO em conformidade (f/4 e ISO 640 tendem a funcionar bem). Tire uma fotografia de teste e veja os resultados, fazendo as alterações necessárias às definições de exposição. Em seguida, configure o intervalómetro para tirar fotografias sucessivas a cada dois minutos ou mais.

O tempo total de gravação para a sequência depende do tempo que pretende que o seu vídeo em time-lapse do céu noturno tenha, bem como da taxa de fotogramas. Por exemplo, uma sequência de 60 disparos no total a uma taxa de fotogramas de 30 fps resultará num vídeo em time-lapse de dois segundos.

Um time-lapse das estrelas bem feito pode ser surpreendente, dando a ideia que o céu gira em frente aos seus olhos. Se tiver sorte, ou planear a sua sessão de forma a coincidir com uma chuva de meteoros, as estrelas cadentes vão aparecer no seu enquadramento, enriquecendo ainda mais a maravilha galáctica. Descubra como os profissionais captam esta deslumbrante exposição celestial no nosso guia para fotografar chuva de meteoros*.


Escrito por Matthew Richards


* Disponível em idiomas selecionados.
Adobe e Photoshop são marcas comerciais registadas ou marcas comerciais da Adobe nos Estados Unidos e/ou noutros países.

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