Como captar a natureza e inspirar a conservação: informações e sugestões sobre fotografia de vida selvagem

Informações dos fotógrafos de conservação Christine Sonvilla e Marc Graf, bem como sugestões e técnicas para levar a sua fotografia de vida selvagem ao próximo nível.
Um esquilo vermelho a olhar diretamente para a câmara enquanto atravessa um tapete de folhas secas e pétalas caídas. Captada com uma Canon EOS R5. © Robert Marc Lehmann

Os fotógrafos de conservação austríacos Christine Sonvilla e Marc Graf fotografaram vida selvagem em todo o planeta, desde o lince alpino austríaco ao esquivo tigre-de-bengala. Os dois conheceram-se na Universidade de Viena, onde ambos estudavam conservação. Descobriram o interesse comum pela fotografia e aperceberam-se de que era uma forma de dar voz à natureza.

Marc dá um exemplo de como isto pode fazer a diferença: "No final de 2016, publicámos a primeira fotografia de alta resolução de um lince alpino captada nas montanhas austríacas, o que foi realmente entusiasmante para nós porque existem apenas 10 a 15, em toda a Áustria, e tinha havido dois casos de caça ilegal de linces naquela altura. Tentámos espalhar essa mensagem da conservação do lince por toda a Áustria através de todos os tipos de meios".

Christine continua a história: "Estimamos que cerca de 2,2 milhões de pessoas tiveram exposição a esse tópico específico, o que equivale a cerca de um quinto da população da Áustria. Além disso, também temos feito muitas apresentações utilizando a fotografia e vídeo. O nosso trabalho consiste em fazer a ponte entre o público e as organizações de defesa da natureza, ONGs, cientistas, todas essas pessoas no terreno".

Aqui, Christine e Marc partilham as suas informações e conselhos para utilizar a sua fotografia de natureza como uma ferramenta de conservação, seguido das nossas 10 melhores sugestões para captar excelentes imagens de vida selvagem.

A primeira foto-armadilhagem com uma câmara de alta resolução de um lince alpino na Áustria, captada numa câmara e objetiva Canon por fotógrafos de vida selvagem Christine Sonvilla e Marc Graf.

A primeira foto-armadilhagem com câmara de alta resolução de um lince alpino selvagem na Áustria, tirada em 2016, por Christine Sonvilla e Marc Graf. "Esta imagem foi utilizada para promover o regresso do lince aos Alpes, na Áustria", explica Marc. "Esse indivíduo é muito importante para o grupo de animais que agora vivem lá". Captada com foto-armadilhagem com câmara automatizada com uma câmara e objetiva Canon. © Christine Sonvilla & Marc Graf

Descubra uma história e um ângulo criativo

Não tem de viajar para um destino distante para encontrar uma história de resiliência da natureza. Na verdade, um projeto mais próximo de casa permite-lhe desenvolver os seus conhecimentos sobre o motivo e captá-lo mais facilmente em diferentes condições.

"Nos últimos anos, focámo-nos na Europa Central e vimos como os ecossistemas e a vida selvagem conseguem recuperar e regenerar-se quando lhes é dado tempo e espaço", afirma Christine. "Por exemplo, no Parque Nacional da Floresta da Baviera, a diversidade de espécies aumentou incrivelmente porque as autoridades deixaram as árvores arrancadas por uma grande tempestade como madeira morta. Normalmente, estas seriam removidas para reduzir a possibilidade de ocorrência de pragas e doenças. Mas vê-se a diferença que isto fez à diversidade".

A sua ideia também não tem de ser épica em escala. A curta-metragem de Christine e Marc "Flowing: My Dream of More Freedom" conta a história de como a vida pode florescer num rio quando são removidas as barragens, as represas e outros obstáculos, narrado da perspetiva do rio. Veja o filme abaixo.

"Foi uma produção bastante fácil", diz Marc, "e mostra que a ideia nem sempre tem de ser complexa e envolver anos de produção. Fotografámos tudo em 6-7 semanas em locais da Europa Central". Christine e Marc utilizaram principalmente a Canon EOS R5 (agora substituída pela Canon EOS R5 Mark II), combinada com a RF 100-500mm F4.5-7.1 L IS USM e com várias objetivas grande-angular Canon.

Christine acrescenta que, apesar de o filme durar apenas quatro minutos, tem sido um grande sucesso em termos de alcance. Ganhou prémios em festivais de cinema internacionais e chegou a ser reproduzido no Parlamento Europeu, num dia de discussão sobre o financiamento da restauração dos rios.

Construa uma rede

Para começar, pode haver um projeto local de reflorestação ou conservação perto de si, possivelmente algo em que já está envolvido. Além disso, poderia contactar cientistas e especialistas da comunidade de conservação que trabalham com os motivos em que está interessado. Ao criar uma rede de contactos, poderá não só encontrar histórias que valem a pena contar, mas também descobrir novas formas de as contar.

Um dos projetos de Christine e Marc que captou a natureza a recuperar nos lugares mais improváveis só foi possível graças aos seus contactos no mundo científico. Eles ainda mantinham o contacto com um velho amigo da universidade que estudava águias-coroadas na área metropolitana de Durban, África do Sul.

"Quem diria que uma das maiores aves de rapina de África iria prosperar numa cidade com uma população de 4 milhões de pessoas?", questiona Christine.

"Devido à desflorestação em toda a África Austral, estas águias estão a lutar pela sua sobrevivência e a ter de se adaptar às áreas urbanas", acrescenta Marc. "Mas as pessoas estão a plantar árvores nos seus jardins e estão felizes por ver as águias a fazer ninhos nelas".

Christine explica: "Um casal tinha um ninho de águias-coroadas do lado de fora da janela da sua sala de estar. A primeira coisa que a senhora fazia todas as manhãs era verificar se as aves estavam bem. Documentámos todos esses diferentes aspetos."

Um homem é fotografado a olhar através da janela da sala de estar de sua casa para uma águia-coroada a fazer um ninho no seu jardim, em Durban, África do Sul. Tirada com uma câmara e objetiva Canon.

Christine e Marc fotografaram um casal a ver águias-coroadas a fazerem um ninho no seu jardim. O cenário da sala de estar acrescenta contexto, enquanto o contraste entre o brilho quente das luzes da sala e a luz exterior fria cria um resultado impressionante. © Christine Sonvilla & Marc Graf

Conheça a sua câmara e seja criativo com as suas objetivas

Se estiver a fotografar animais selvagens, poderá ter apenas vislumbres fugazes do seu motivo. Familiarizar-se com os controlos da sua câmara ajuda a tirar o máximo partido dos momentos espontâneos.

"Primeiro, recomendaria praticar com a sua câmara e aprender a ajustar a abertura, etc., para o conseguir fazer instintivamente, como se estivesse a conduzir um automóvel", afirma Christine.

"Depois, resume-se à persistência e resistência para não se desistir facilmente. Pode haver dias em que nem sequer se prime o botão do obturador porque não acontece nada. Mas temos de continuar.

"Também é crucial ter a mente aberta a tudo o que está na imagem. Não nos podemos focar apenas no motivo, mas também nos pequenos detalhes em segundo plano. Mesmo que esteja um pouco desfocado, o fundo pode destacar a sua fotografia de outras com o mesmo motivo".

A forma como utiliza a sua objetiva também pode ajudar a comunicar os detalhes do motivo de uma forma mais cativante. Uma teleobjetiva não se limita a aproximar motivos distantes. Por exemplo, também faz com que os detalhes do fundo pareçam maiores e mais próximos do motivo do que quando fotografa com uma objetiva grande-angular. Pode utilizar este efeito para fazer com que uma planta ou um animal pareça estar a "ser ameaçado" pelo seu ambiente.

Uma fotografia de uma águia-coroada num ninho em Durban, África do Sul, tirada com uma teleobjetiva de 300 mm da Canon, ao entardecer, pelos fotógrafos de vida selvagem Christine Sonvilla e Marc Graf.

Outra imagem de uma águia-coroada a fazer um ninho em Durban, tirada com uma câmara Canon e uma teleobjetiva de 300 mm da Canon. "Tal como acontece com uma objetiva grande-angular, colocamos o motivo e a informação do fundo numa única imagem, mas de uma forma muito condensada", diz Marc. Aqui, ajuda a aproximar os mundos do homem e do pássaro. © Christine Sonvilla & Marc Graf

Divulgar a sua história

Partilhar as suas imagens de vida selvagem nas redes sociais pode ser uma forma útil de aumentar a consciencialização e inspirar as pessoas a descobrir mais. Pode utilizar fotografias que captam a resiliência da natureza ou imagens que retratam ameaças e pressões no mundo natural.

"Estamos sempre a pensar na história que gostaríamos de contar e nas imagens principais que gostaríamos de obter", explica Marc. O objetivo é conseguir uma imagem que conte toda a história. Marc diz: "É o essencial do trabalho. Por isso, é importante ter um plano. Depois, podemos ajustar todos os aspetos técnicos, tais como a abertura e a distância focal, o ângulo da câmara, a forma como compomos o fundo, etc.

"Focamo-nos sempre no lado positivo da narrativa no que diz respeito às redes sociais. Raramente partilhamos imagens que mostrem o lado negativo de uma história. Se o fizermos, mostramos o que era e no que se tornou. Por isso, há um foco positivo".

Um urso pardo fotografado com uma câmara e objetiva Canon por fotógrafos de vida selvagem Christine Sonvilla e Marc Graf numa encosta da Europa, com as luzes das aldeias visíveis no fundo.

Christina e Marc dizem que o seu projeto de fotografia em ursos pardos no coração da Europa foi o que teve maior impacto. "É inspirador ver que, num continente com uma das densidades populacionais mais elevadas do planeta, grandes predadores como ursos, lobos e linces estão a aumentar tão rapidamente". Uma imagem histórica captada numa armadilha com câmara automatizada com uma câmara e objetiva Canon. © Christine Sonvilla & Marc Graf

Dez sugestões para melhorar as suas fotografias de natureza

Animais imprevisíveis que se movem de forma rápida, ocasional e aleatória podem ser dos motivos mais desafiantes de fotografar.

Mas fotografar a vida selvagem é muito semelhante à fotografia desportiva. As principais considerações incluem preparar-se de forma eficaz, encontrar a posição certa, saber qual é o kit necessário (e como utilizá-lo) e esperar o inesperado.

Aqui estão as nossas 10 melhores sugestões para captar excelentes imagens de vida selvagem.

1. Conheça o motivo

Um lince-ibérico sobre uma rocha a olhar diretamente para o fotógrafo no Parque Natural da Serra de Andújar, em Espanha, com o fundo desfocado. Captada com uma Canon EOS R7.

Pode ser útil aprender como os animais nos seus habitats naturais se movem, agem e comportam, para que possa descobrir a melhor maneira de os fotografar. Tirada com uma Canon EOS R7 a 1/1600 seg., f/2.8 e ISO 1250. © Dani Connor

Ter conhecimento do habitat e do comportamento do animal que está a fotografar é extremamente importante e irá poupar horas no terreno. Saber qual é a época do ano em que uma espécie está ativa irá ajudar no planeamento. As grandes imagens de vida selvagem raramente são captadas sem algum conhecimento e organização.

2. Selecione o kit de câmara para vida selvagem adequado

Uma Canon EOS R7 fotografada num cenário de floresta.

Combine a objetiva com zoomCanon RF-S 18-150mm F3.5-6.3 IS STM com câmaras mirrorless APS-C, como aEOS R7, que tem a amplitude de zoom "efetiva" de 28,8-240 mm, que lhe permite diminuir o zoom para ver o panorama geral, ideal para captar vida selvagem em cenários magníficos, ou aumentar o zoom para captar todos os detalhes.

Uma combinação de câmara e objetiva relativamente leve será mais prática de transportar, se tiver de viajar para locais remotos. Uma focagem automática fiável e uma velocidade de disparo contínuo rápida (elevado número de fotogramas por segundo) permitem tirar fotografias numa sucessão rápida, ajudando a captar sequências de comportamento animal. Uma câmara com um ecrã LCD de ângulo variável irá facilitar a captação a partir de ângulos criativos, como ângulos baixos, para fotografias olhos nos olhos com animais.

3. Escolha a objetiva certa

Um excelente retrato de coruja cinzenta, tirado pelo fotógrafo de vida selvagem Guy Edwardes com uma teleobjetiva com zoom Canon RF 200-800mm F6.3-9 IS USM.

Normalmente, a fotografia de aves requer distâncias focais de superteleobjetivas. Esta fotografia foi tirada pelo fotógrafo de vida selvagem Guy Edwardes com uma Canon EOS R5 com uma objetiva Canon RF 200-800mm F6.3-9 IS USM a 500mm, 1/250 seg., f/14 e ISO 6400. © Guy Edwardes

As teleobjetivas permitem fotografar a vida selvagem a uma distância maior, mas também vale a pena considerar outros tipos de objetivas para fotografia da natureza. As objetivas grande-angular permitem captar animais e plantas numa paisagem mais ampla ou paisagem urbana, enquanto as objetivas macro ajudam a criar fotografias com impacto de insetos e outros motivos pequenos em grande plano.

A Canon RF 100-400mm F5.6-8 IS USM tem uma vasta amplitude de zoom que oferece uma grande versatilidade. Para um alcance de superteleobjetiva ainda maior numa câmara mirrorless Full-Frame como a Canon EOS R8, temos as objetivas de distância focal fixa Canon RF 600mm F11 IS STM e RF 800mm F11 IS STM.

Se tiver uma câmara de formato APS-C como a EOS R7 e quiser começar com um orçamento e qualidade de construção menos elevado, considere a Canon RF-S 18-150mm F3.5-6.3 IS STM.

Uma vez que o sensor numa câmara APS-C é mais pequeno do que o sensor numa câmara Full-Frame, o seu motivo ficará maior no enquadramento, pelo que, na verdade, uma câmara APS-C aumenta o zoom num fator de cerca de 1,6x. Combine a objetiva RF 100-400mm F5.6-8 IS USM com a EOS R7, por exemplo, e desfrute de uma "distância focal efetiva" de 160-640 mm. Saiba mais no nosso guia abrangente para compreender a distância focal.

Saiba mais sobre como escolher as melhores objetivas para a vida selvagem.

4. Definições da câmara: manter a focagem

Uma ave de rapina a elevar-se no céu.

Se for furtivo e conseguir não afugentar os pássaros e outras criaturas sensíveis, pode passar mais tempo a praticar diferentes técnicas de fotografia para aperfeiçoar as suas habilidades. Tirada com uma Canon EOS R5 com uma objetiva Canon RF 100-500mm F4.5-7.1L IS USM a 451 mm, 1/8000 seg., f/6,3 e ISO 4000. © Robert Marc Lehmann

Na fotografia de vida selvagem, é importante garantir que o seu motivo está nítido. A gama de câmaras mirrorless do sistema EOS R da Canon tem um sistema de focagem automática altamente eficaz que utiliza a tecnologia Dual Pixel AF da Canon. Neste sistema, cada fotoponto no sensor é capaz de focagem automática e de processamento de imagem, o que significa, entre outras vantagens, que os motivos podem ser captados e acompanhados em qualquer parte do enquadramento da imagem.

Algumas câmaras, incluindo a Canon EOS R7 e a EOS R6 Mark II dispõem de um modo de focagem automática com deteção de olhos de animais, que procura automaticamente os olhos na cena e se fixa nos mesmos. O modo de focagem automática AI Servo acompanha permanentemente animais selvagens em movimento, mesmo que se movam muito rapidamente, para garantir fotografias nítidas. Experimente realizar disparos múltiplos com o modo de avanço mais rápido da sua câmara, para conseguir captar o momento definitivo na perfeição.

5. Definições da câmara: mantenha-a estável

Uma cria de raposa num monte com musgo, fotografada com uma câmara e objetiva de sistema Canon EOS R com estabilização de imagem para garantir uma imagem nítida.

Em muitas situações de fotografia da vida selvagem, não terá tempo para montar um tripé. A estabilização de imagem vem ajudar, assegurando a nitidez consistente das imagens captadas sem tripé, mesmo com teleobjetivas longas e objetivas macro.

A vibração da câmara estraga-lhe as possibilidades de captar fotografias nítidas ao utilizar teleobjetivas.

A grande maioria das teleobjetivas Canon conta com uma estabilização de imagem ótica altamente eficaz para combater esta situação, que equivale, normalmente, a cerca de 3 a 5 pontos de valor de exposição. Isto pode fazer uma enorme diferença na captação sem tripé de fotografias da vida selvagem, onde velocidades de obturador elevadas podem ser impraticáveis em qualquer situação, exceto a exposição à luz solar direta. O estabilizador de imagem de 5 pontos da Canon RF 600mm F11 IS STM ajudará a produzir fotografias consistentemente nítidas a uma velocidade de 1/20 segundos em vez de 1/640.

Utilize o estabilizador de imagem para teleobjetivas e fotografias macro, especialmente quando estiver a trabalhar com a câmara sem tripé. No entanto, se a sua câmara estiver num tripé, é melhor desligar o estabilizador de imagem.

6. Definições da câmara: aumentar a velocidade do obturador para evitar a desfocagem

Uma garça cinzenta a voar sobre a superfície de um lago com um peixe no bico, fotografada com uma câmara do sistema Canon EOS R utilizando uma velocidade de obturador elevada para congelar as gotas de água.

Utilize uma velocidade do obturador elevada para congelar o movimento que está a fotografar. Para saber mais sobre como captar o movimento nas suas imagens, consulte as nossas melhores sugestões para captar fotografias com movimento. Tirada com uma Canon EOS R5 com uma objetiva Canon RF 100-500mm F4.5-7.1 L IS USM a 400mm, 1/3200 seg., f/6,3 e ISO 12800. © Robert Marc Lehmann

O passo lógico ao fotografar movimento rápido é aumentar a velocidade do obturador. Na fotografia acima, uma velocidade do obturador de 1/3200 segundos congelou a garça em movimento e as gotas de água no ar. Cerca de 1/2000 segundos ou mais rápido é um bom ponto de partida. No entanto, pode querer introduzir um pouco de desfocagem com uma velocidade do obturador mais lenta, como nas pontas das asas de um pássaro, para adicionar uma sensação de movimento. Com aves mais pequenas e mais rápidas, é provável que as pontas das asas fiquem desfocadas, mesmo a uma velocidade relativamente rápida de 1/1000 segundos.

À medida que ganha experiência, pode querer reduzir ainda mais a velocidade do obturador, possivelmente até 1/10 segundos, e até introduzir uma técnica de "panning" para aumentar ainda mais a sensação de movimento.

A regra geral é que necessita de uma velocidade do obturador que seja, pelo menos, tão rápida quanto a distância focal Full-Frame recíproca. Por isso, se estiver a utilizar uma objetiva de 600 mm, como a Canon RF 600mm F11 IS STM, precisa de uma velocidade do obturador de, pelo menos, 1/600 segundos quando o IS está desligado; na maioria das câmaras, esta velocidade será de 1/640.

7. Definições da câmara: controlar profundidade de campo

Um veado com a cabeça a despontar de fetos, que aparecem desfocados. Esta profundidade de campo reduzida deve-se à distância focal longa da objetiva Canon RF 100-400mm F5.6-8 IS USM utilizada.

Apesar de uma teleobjetiva poder não ter uma classificação de abertura "rápida", é possível utilizá-las para desfocar o fundo das suas fotografias, uma vez que a distância focal longa pode dar a impressão de uma profundidade de campo bastante apertada, mesmo com uma abertura relativamente estreita. Isto deve-se à capacidade das teleobjetivas de comprimir a distância, aproximando os fundos desfocados do motivo. Captada com uma Canon EOS RP (agora substituída pela EOS R8) com uma objetiva Canon RF 100-400mm F5.6-8 IS USM a 400mm, 1/60 seg., f/8 e ISO 1250. © Ben Hall

Para a fotografia diária, é comum a utilização do modo de disparo de prioridade à abertura (AV no seletor da câmara). Com objetivas macro, devido às curtas distâncias de trabalho, normalmente, reduz-se a abertura para f/16, f/22 ou mais para maximizar a profundidade de campo e garantir que toda a fotografia está focada.

Muitas vezes, pode melhorar a sua fotografia de vida selvagem tirando partido da desfocagem das partes desfocadas da imagem, conhecidas como "bokeh", fazendo com que o seu motivo se destaque. No entanto, pode querer evitar desfocar o fundo se pretender captar a vida selvagem no seu ambiente natural.

Uma distância focal mais longa pode resultar numa desfocagem de fundo mais forte. É por isso que as teleobjetivas de zoom podem ser utilizadas para isolar um motivo e transformar o fundo em desfocagem menos detalhada. Se quiser melhorar o efeito "bokeh", dê alguns passos para trás e aumente o zoom para uma distância focal mais longa.

8. Composição e luz

Um veado em relva alta.

A "hora dourada" tem um nome adequado. O sol está baixo no céu durante a primeira hora após o nascer do sol e a última hora antes do pôr do sol, conferindo um calor dourado à qualidade da luz. Captada com uma Canon EOS RP (agora substituída pela EOS R8) com uma objetiva Canon RF 100-400mm F5.6-8 IS USM a 373mm, 1/1250 seg., f/8 e ISO 1250. © Ben Hall

Para melhorar as fotografias, escolha as condições de luz certas para fotografar os motivos. Tendo em conta os padrões de comportamento dos animais, tente aproveitar a luz do sol de manhã cedo ou ao entardecer para obter condições de luz fraca e quente, que produzem cores ricas e sombras profundas.

Utilize a regra dos terços para criar uma composição dinâmica. A ativação de uma visualização de grelha 3x3 no visor eletrónico da câmara do sistema Canon EOS R pode ajudar. Deixe mais espaço à frente do motivo do que atrás dele, para que pareça que o animal está a olhar ou a deslocar-se para dentro da fotografia em vez de para fora da mesma.

Mais importante ainda, verifique sempre o fundo para ver se há distrações. Um objeto brilhante à distância ou um ramo de árvore que pareça crescer da cabeça de um animal afasta a atenção do espectador do motivo principal.

9. Não incomodar os animais

Uma objetiva de zoom Canon RF 100-500mm F4.5-7.1 L IS USM pousada sobre as pernas camufladas de um fotógrafo de vida selvagem.

Utilize uma teleobjetiva da Canon, quer seja uma objetiva dedistância focal fixa ou um zoom, como esta RF 100-500mm F4.5-7.1 L IS USM, para evitar ter de se aproximar demasiado da vida selvagem e configure a sua câmara antes de iniciar a sua abordagem. © Robert Marc Lehmann

Para captar animais a agir naturalmente, seja o mais silencioso possível e utilize uma abordagem em ziguezague, em vez de se dirigir diretamente a eles. Certifique-se de que o vento está a soprar na sua direção enquanto se aproxima, para que o seu cheiro seja levado para longe deles. Utilize as árvores, rochas e outras características disponíveis na paisagem como cobertura e evite tapar o horizonte.

Certifique-se de que a câmara está ligada e configurada antes de se tentar aproximar. As câmaras do sistema EOS R são muito mais silenciosas do que as DSLR, uma vez que não têm um espelho a deslocar-se para cima e para baixo no interior da estrutura entre cada fotografia. A Canon EOS R7, EOS R10 e várias outras câmaras da gama permitem-lhe selecionar a função obturador silencioso quando estiver a fotografar num dos modos da zona criativa. Isto desativa várias funcionalidades da câmara que poderiam alertar um animal para a sua presença, como o som de libertação do obturador, o disparo do flash e a luz auxiliar AF.

Muitas câmaras do sistema EOS R permitem-lhe definir o modo do obturador para eletrónico, independentemente da função obturador silencioso. Também pode desativar os sinais sonoros da câmara no menu principal.

10. Grandes planos extremos

Uma fotografia em grande plano de uma libelinha sobre um ramo contra um fundo desfocado, tirada com uma câmara Canon EOS R50 e uma objetiva de zoom Canon RF-S 55-210mm F5-7.1 IS STM.

Com o equipamento certo e muita paciência, pode utilizar a fotografia macro para captar imagens verdadeiramente extraordinárias de pequenos motivos. Captada com uma Canon EOS R50 com uma objetiva Canon RF-S 55-210mm F5-7.1 IS STM a 210 mm, 1/50 seg., f/7,1 e ISO 100.

Para motivos mais pequenos, como fotografar abelhas, borboletas e outros insetos, fotografar em grandes planos extremos garante que o seu motivo não se perde numa imagem ampla. A melhor opção é uma objetiva macro ou até pode utilizar aCanon RF 100-400mm F5.6-8 IS USM, que tem uma ampliação de 0,41x e capacidades de focagem a curta distância que podem produzir imagens muito semelhantes a fotografias macro.

As objetivas macro atuais da Canon tendem a incluir estabilização de imagem híbrida, o que as torna excelentes para fotografar grandes planos extremos sem tripé. As objetivas Canon RF 35mm F1.8 IS Macro STM e RF 85mm F2 Macro IS STM são dois excelentes exemplos, oferecendo um fator de ampliação de 0,5x para captar fotografias macro nas menores distâncias focais.

Para obter mais informações, consulte os nossos guias para escolher o kit para se iniciar na fotografia macro e as melhores objetivas para fotografia de vida selvagem.



Escrito por Matthew Richards, Natalie Denton e Marcus Hawkins

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